Cirurgia do Doador
A cirurgia de retirada do enxerto é uma cirurgia de grande porte. A experiência acumulada com a cirurgia do fígado e o desenvolvimento tecnológico da medicina permitiram diminuir ao máximo o risco de tal procedimento. Entretanto, apesar de uma avaliação médica pré-operatória rigorosa, não é possível afastar a possibilidade de complicações ou mesmo a ocorrência de óbitos relacionados a este procedimento. O risco de complicações associadas à cirurgia de retirada de parte do fígado é pequeno. Estas complicações são, geralmente, de pequena repercussão clínica e determinam seqüelas infrequentemente. O risco estimado de óbito é menor que 0,5%.
A cirurgia para retirada do lobo direito do fígado é denominada hepatectomia direita. O fígado apresenta intensa capacidade regenerativa e já após 4 a 8 semanas terá readquirido seu tamanho original. Antes que isso aconteça, o fígado remanescente é absolutamente capaz de desempenhar as funções hepáticas necessárias a uma vida normal.
A hepatectomia pode acompanhar-se de perdas sangüíneas. Geralmente essas perdas são pequenas, não havendo necessidade de transfusões. Em situações especiais, pode haver necessidade de transfusão com sangue proveniente do banco de sangue.
A retirada de parte do fígado é realizado sob anestesia geral. Após a anestesia, são colocados cateteres numa artéria do punho e outro numa veia do pescoço ou da região abaixo da clavícula. Estes procedimentos permitem adequado controle durante toda a operação e administração de líquidos e medicamentos. A cirurgia demora em torno de 8 horas. A cirurgia consiste em uma incisão abdominal abaixo das costelas, a retirada de parte do lobo direito do fígado, a retirada da vesícula biliar, a drenagem da cavidade abdominal (esta, realizada esporadicamente) e o fechamento da parede. Os drenos, se utilizados, são retirados poucos dias após a cirurgia.
Os riscos que o doador vivo corre ao submeter-se à cirurgia de doação de parte de seu fígado, são motivos de preocupação e reflexão constante por parte de todos os envolvidos.
Ainda que incomuns, as principais complicações associadas a este tipo de procedimento são a infecção na incisão cirúrgica e o vazamento de bile na superfície de corte do fígado. Esta última pode determinar o desenvolvimento de complicações infecciosas dentro da cavidade abdominal. Dependendo do tipo e da magnitude da complicação, podem ser necessários outros procedimentos médicos ou cirúrgicos, incluindo reoperações, para tratá-los adequadamente. Este fato é extremamente incomum.
O desconforto e a dor pós-operatória podem ser minimizados através de vários recursos terapêuticos disponíveis. O doador permanece cerca de 24 horas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, a seguir, é encaminhado ao quarto permanecendo internado geralmente por aproximadamente 4 dias. Enquanto o intestino não estiver funcionando adequadamente, uma sonda será mantida no estômago para evitar vômitos. Normalmente, após 12 a 24 horas, já é possível iniciar a alimentação por via oral. No dia seguinte à cirurgia, o doador será capaz de andar. No período pós-operatório, o doador será submetido a avaliações laboratoriais e radiológicas ou de acordo com necessidades particulares. Após a alta hospitalar, o doador será acompanhado pelos médicos do grupo de transplante, devendo retornar regularmente às consultas para avaliações médicas de rotina.
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