Tumores do Pâncreas

O pâncreas é uma glândula do aparelho digestivo, localizada na parte superior do abdômen, próximo ao fígado, em íntimo contato com as vias biliares. É responsável pela produção de enzimas que atuam na digestão, e pela produção de hormônios, entre eles a insulina (hormônio responsável pela diminuição do nível de glicose no sangue).

Anatomicamente o órgão é dividido em três partes: a cabeça (lado direito); o corpo (parte central) e a cauda (lado esquerdo). A maior parte dos casos de câncer de pâncreas localiza-se na região da cabeça do órgão. O tipo mais frequente é o adenocarcinoma em 90% dos casos.

O câncer de pâncreas é raro em adultos jovens, sendo mais comum a partir dos 60 anos. Os sinais e sintomas do câncer de pâncreas dependem de sua localização, ou seja, em qual porção da glândula ele está. Os sintomas gerais mais comuns são perda de apetite, emagrecimento, dor ou desconforto abdominal. Como a maioria dos casos está localizada na região da cabeça do órgão, em íntimo contato com a saída de bile para o duodeno os pacientes podem apresentar icterícia, com coloração amarelada dos olhos, além de urina escurecida e fezes claras.

Diagnóstico

Os principais sinais e sintomas levam a suspeição da enfermidade, a comprovação é feita com exames complementares de sangue e de imagem do abdome; tais como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e a colangiopancreatografia. Em alguns casos, é preciso realizar uma endoscopia com colocação de uma prótese na passagem do canal de bile e uma biópsia para concluir o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento, sempre que possível, é através de cirurgia para a retirada completa da região do órgão onde está localizado o tumor. Portanto, a cirurgia tem intenção curativa na maioria dos casos. Outros tratamentos com a colocação de próteses na saída do canal biliar podem ser necessários como conduta temporária antes da cirurgia, ou até mesmo como tratamento definitivo.

Quimioterapia, associada ou não à radioterapia, é um recurso para diminuir a chance de recidivas do tumor. Podem ser úteis ainda no pré-operatório ou somente utilizadas após a recuperação completa da cirurgia. A maior parte das cirurgias do Pâncreas, para tumores malignos, é realizada com uma incisão abdominal. Entretanto, um grande número de cirurgias atualmente pode ser realizadas de modo minimamente invasivo (hiperlink) através de videolaparoscopia. A escolha entre as duas técnicas depende da localização e tamanho do tumor a ser operado, além da existência, ou não, de múltiplas cirurgias previas ou necessidade de procedimentos concomitantes.

Qual tipo de cirurgia será realizada?

Dependendo da localização do tumor, duas cirurgias principais podem ser realizadas: a duodenopancreatectomia (retirada do duodeno, cabeça do pâncreas e vesícula biliar) ou a pancreatectomia corpo caudal (retirada do corpo e cauda do pâncreas e do baço).

A primeira cirurgia é indicada para os tumores localizados na região da cabeça do órgão, é também chamada de cirurgia de Whipple dando nome ao um dos autores que desenvolveu a técnica. Este é um procedimento complexo e somente deve ser realizada em centros especializados, por Equipes com amplo treinamento em cirurgias de grande porte. Nossa Equipe possui treinamento em grandes e complexas cirurgias desta região do abdômen, desde a realização de transplante de fígado e grandes cirurgias sobre o fígado e os vasos sanguíneos desta região. Para estes casos complexos existe sempre a necessidade da avaliação de uma equipe multidisciplinar desde a discussão inicial do caso. Nossa Equipe busca sempre está discussão com os outros especialistas no caso, tais como Oncologistas, Clínicos, Radiologistas e Anestesistas envolvidos com o paciente.

Em algumas situações, cada vez mais frequentes, quando o tumor estiver invadindo os vasos da região é possível a remoção deste vaso com substituição do mesmo. Principalmente nestes casos a “Expertise” da Equipe é fundamental, somente um Cirurgião especializado deve realizar o procedimento. O treinamento da equipe envolvida no tratamento deste tipo de doença é fundamental para a segurança e sucesso desta cirurgia.

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